Efeito da escolha do modelo de análise na estabilidade global da estrutura

No Eberick, existem dois modelos para análise da estrutura, o modelo integrado, e o modelo separado de grelhas e pórtico espacial. A decisão por qual modelo será utilizado para análise deve levar em consideração como será realizada a análise em cada caso e quais consequências essa escolha pode ter no dimensionamento dos elementos estruturais. Esta série de artigos explica o que significam os dois modelos de análise diferentes e o que se deve considerar ao decidir por qual modelo será utilizado.

Efeito do modelo escolhido na estabilidade global da estrutura

Um dos principais impactos da escolha do modelo de análise utilizado para a estrutura ocorre na análise da estabilidade global da edificação. No modelo de grelha separado do pórtico espacial, a estabilidade global da estrutura é verificada apenas com o pórtico formado pelas vigas e pilares da estrutura, enquanto no modelo integrado a estabilidade global é verificada considerando as lajes no modelo. Esta consideração torna a estrutura em análise mais rígida e altera portanto os resultados dos parâmetros de estabilidade global.

Para comparar os resultados obtidos para a estabilidade global da estrutura, vamos realizar o processamento do mesmo pórtico com os dois processos disponíveis para análise, e comparar os resultados da análise de estabilidade global.

Ambos os modelos são processados com as mesmas configurações de análise e de aplicação do processo P-Delta. Após o processamento da estrutura com os dois modelos, verificamos os resultados apresentados para a estabilidade global na tabela abaixo:

 Modelo grelha + pórticoModelo integrado
Deslocamento horizontal:  
Direção X = 0.63 cm 0.40 cm
Direção Y = 0.46 cm 0.35 cm
Coeficiente Gama-Z:1.171.10
Análise de 2ª ordem:Processo P-Delta
Deslocamentos no topo  
Acidental: 0.14 »» 0.16 (+13.43%) 0.16 »» 0.17 (  +5.45%)
Vento X+: 2.09 »» 2.48 (+18.32%) 1.34 »» 1.48 (+11.03%)
Vento X-: 2.09 »» 2.48 (+18.32%) 1.34 »» 1.48 (+11.03%)
Vento Y+: 1.53 »» 1.67 (  +8.94%) 1.18 »» 1.26 (  +6.88%)
Vento Y-: 1.53 »» 1.67 (  +8.94%) 1.18 »» 1.26 (  +6.88%)
Desaprumo X+: 0.23 »» 0.27 (+18.47%) 0.15 »» 0.16 (+11.11%)
Desaprumo X-: 0.23 »» 0.27 (+18.47%) 0.15 »» 0.16 (+11.11%)
Desaprumo Y+: 0.12 »» 0.13 (  +9.19%) 0.09 »» 0.10 (  +7.10%)
Desaprumo Y-: 0.12 »» 0.13 (  +9.19%) 0.09 »» 0.10 (  +7.10%)

Obs: o modelo acima foi analisado considerando 4 casos de vento.

É possível perceber que a consideração das lajes como barras no modelo de pórtico espacial contribui para a estabilidade global da estrutura, reduzindo os deslocamentos horizontais da edificação, portanto reduzindo o valor do coeficiente γz e reduzindo os deslocamentos encontrados pelo processo P-Delta. Desta forma, em casos onde a presença das lajes possa ser considerada na verificação da estabilidade global da estrutura, pode-se utilizar o modelo integrado de análise.

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Fonte: LUCAS FRANCESCHI